sábado, 31 de outubro de 2015

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS


A Igreja hoje rejubila nos seus Santos, não apenas nos que veneramos nos altares das nossas igrejas, mas em todos os que já contemplam Deus face a face. Afinal todo o cristão é chamado a ser santo, faz parte da nossa condição de filhos no Filho, que é Santo. 


Muitas vezes consideramos santos apenas os que foram mártires e derramaram o seu sangue em defesa da fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus. Mas, como diz S. João na 1ª leitura (Ap 7, 2-4.9-14), os escolhidos, os "marcados na fronte" , são uma imensidão,"uma multidão imensa". Deus é Amor infinito pela humanidade inteira, chama todos os seus filhos à santidade, não faz aceção de pessoas!


S. João, na 2ª leitura, leva-nos ao Céu, faz-nos entrever quão maravilhoso é sermos cristãos. Porquê? Porque o nosso Deus nos fez filhos, no Seu único e muito amado Filho. Concedeu-nos essa dignidade. Deus olha para nós com um amor sem limites, todo se nos dá. Como Ele nos ama! Nós só temos que lhe abrir o nosso coração de par em par e deixá-Lo inundar-nos com o Seu Amor. Ousemos deixar que Ele nos ame, entreguemo-nos na totalidade do que somos.  

"Caríssimos: Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamar filhos de Deus. E somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é porque não O conheceu a Ele.
Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser.Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é.Todo aquele que tem n’Ele esta esperança purifica-se a si mesmo, para ser puro, como Ele é puro."

1 Jo 3, 1-3


No evangelho Jesus ensina-nos o caminho para a santidade: as bem-aventuranças. Sozinhos nunca conseguiremos cumpri-las, mas n'Ele tudo nos é possível. Só em Jesus trilharemos a estrada que nos é indicada e seremos construtores da Paz, semeadores de misericórdia, lutadores pela justiça, amaremos os mais pobres e perseguidos daremos a outra face.


Bendito e louvado sejas Senhor nos teus santos.

sábado, 24 de outubro de 2015

XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM


Nas leituras de hoje é mais difícil, do que no domingo passado, encontrar um denominador comum a todas elas. Podemos, no entanto,encontar um tema que se sobrepõe aos demais que é a procura, o desejo, da salvação.



Na primeira leitura o profeta Jeremias(Jer 31, 7-9) faz apelo à confiança e à esperança, anunciando como o Senhor guiará todo o seu povo de volta à pátria. O povo canta, de uma forma muito bela, a alegria de se ver liberto do exílio da Babilónia, louva e agradece a Deus a libertação e o regresso a casa.Também nós somos desafiados a entregar toda a nossa vida ao Senhor, a cantar e testemunhar a alegria da salvação que Ele nos dá a cada instante do nosso viver.



Na 2ªleitura S. Paulo (Hebr 5, 1-6) explica-nos que Jesus é o sumo sacerdote que deu a Sua vida por nosso amor. Acrescenta que Jesus é o escolhido do Pai e é n'Ele que somos conduzidos a Deus.  Somos, por isso, chamados a dar testemunho deste imenso amor de Deus por nós, no quotidiano das nossas vidas, para que aqueles que connosco convivem se sintam infinitamente amados pelo Senhor.



O Evangelho de hoje é mais uma catequese de Jesus, que Marcos traz até nós. Através das atitudes do cego,Bartimeu, somos confrontados com os nossos comportamentos em certos momentos do dia a dia: o cego estava fora do caminho de Jesus, mas sente-o, ouve-o e por isso grita para ser escutado por Ele, pede-lhe ajuda. Embora, sendo cego, mal se sente acolhido, salta e joga para longe o manto e as moedas (que são toda a sua riqueza) e procura ir ao encontro de Jesus. Depois de o chamar, é Jesus quem toma a iniciativa e se lhe dirige. Também nós precisamos de estar disponíveis para perceber a presença de Jesus e pedir a Sua ajuda, sem medo com total confiança, deixando tudo o que nos prende, todas as nossas seguranças, tal como Bartimeu. Se assim o fizermos também nos encontaremos com e em Jesus.  


"Naquele tempo, quando Jesus ia a sair de Jericó com os discípulos e uma grande multidão, estava um cego, chamado Bartimeu, filho de Timeu, a pedir esmola à beira do caminho. Ao ouvir dizer que era Jesus de Nazaré que passava, começou a gritar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim». Muitos repreendiam-no para que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem piedade de mim». Jesus parou e disse: «Chamai-o». Chamaram então o cego e disseram-lhe: «Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar-te». O cego atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus. Jesus perguntou-lhe: «Que queres que Eu te faça?». O cego respondeu-Lhe: «Mestre, que eu veja». Jesus disse-lhe: «Vai: a tua fé te salvou». Logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho. "
Mc10,46-52

Jesus, Filho de David, tem piedade de mim. Salva-me Senhor.



sábado, 17 de outubro de 2015

XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM


Neste domingo somos desafiados a olhar para Jesus como Aquele que, sendo o Filho muito amado de Deus, o Senhor do Universo, veio ao mundo para servir, para todo se entregar amorosamente ao Pai e nos justificar e ganhar a todos para Deus, como seus filhos.



Na 1ª leitura Isaías apresenta-nos o Servo sofredor, que toma sobre os seus ombros as nossas culpas e dá a vida pela justificação de toda a humanidade. Que precioso sangue nos resgatou para Deus! Bendito e louvado sejas Senhor por nos amares assim infinitamente.


Na 2ª leitura S.Paulo, retoma o que Isaías já antecipou na primeira leitura, e ajuda-nos a ver, de forma muito clara, que ,com um defensor junto de Deus como Jesus, só temos que confiar e entregarmo-nos de todo o coração ao Senhor a fim de obtermos a graça do Seu Amor misericordioso. E assim, seguros n'Ele, seremos também nós construtores do Reino.

"Irmãos: Tendo nós um sumo sacerdote que penetrou os Céus, Jesus, Filho de Deus, permaneçamos firmes na profissão da nossa fé. Na verdade, nós não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas. Pelo contrário, Ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, exceto no pecado. Vamos, portanto, cheios de confiança ao trono da graça, a fim de alcançarmos misericórdia e obtermos a graça de um auxílio oportuno."
Hebr 4, 14-16


No Evangelho revemo-nos nas atitudes dos discípulos, pois quantas vezes não fazemos exatamente o mesmo que Tiago e João, filhos de Zebedeu?! E também temos a mesma reação dos restantes dez. Enfim, eram pessoas como nós. E no entanto entregaram-se totalmente a Deus. É assim, Deus não escolheu homens perfeitos, mas pessoas que confiaram completamente n'Ele e não lhe puseram qualquer reserva. É este o caminho que nos é proposto: confiar totalmente no Amor infinito de Deus por cada um de nós. Seguros n'Ele estaremos ao serviço dos outros e seremos intrumentos de comunicação do Seu Amor, onde quer que estejamos.


Senhor, que eu nunca duvide do Teu Amor.

sábado, 10 de outubro de 2015

XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Neste domingo as três leituras estão muito interligadas e todas nos desafiam a optar exclusivamente pelo que verdadeiramente nos faz felizes


Na 1ª leitura (Sab 7, 7-11),  Salomão, na sua oração, pede ao Senhor a Sabedoria e prefere-a a todos os outros dons. Ao escolher a Sabedoria, põe Deus em primeiro lugar e  acaba por obter muito mais, porque em Deus tudo lhe é dado. É este o caminho do cristão,­­ colocar Deus sempre em primeiro lugar, seja qual for a situação em que nos encontremos. N’Ele tudo é possível!  Era assim no tempo de Salomão e continua hoje a ser também assim .


Esta 2ªleitura contém a chave do entendimento de tudo o que o Senhor nos diz. É escutando, com o coração realmente disponível, a Palavra de Deus, que vamos percebendo o que o Senhor quer de nós, qual o caminho que devemos seguir, que opções devemos selecionar e tudo o mais que o Senhor quer fazer chegar ao mais íntimo do nosso ser.

«A palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que uma espada de dois gumes: ela penetra até ao ponto de divisão da alma e do espírito, das articulações e medulas, e é capaz de discernir os pensamentos e intenções do coração. Não há criatura que possa fugir à sua presença: tudo está patente e descoberto a seus olhos. É a ela que devemos prestar contas.»
Hebr 4, 12-13

No Evangelho (Mc 10,17-30) Jesus acolhe um jovem, que procura a felicidade junto d’Ele. Jesus olha-o e percebe a angústia (a pressa) que lhe vai na alma. Com todo o Amor, mas apostando na medida alta, apresenta-lhe a solução, que é colocar Deus em primeiro lugar, como o único senhor do seu coração. Também é esta a proposta de hoje para todo o cristão. Só Deus, que nos ama incondicionalmente, poderá ser a resposta para todas as dificuldades e problemas que nos consomem diariamente. A proposta que fez àquele jovem também hoje no-la apresenta, a cada um de nós individualmente.


Senhor, ensina-me a chegar à sabedoria do coração.

sábado, 3 de outubro de 2015

XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras deste domingo centram-nos na temática da família, mas numa dimensão diferente do que habitualmente se entende por família. Não conheço todas as realidades a que hoje a sociedade dá o nome de família, já que lhe são associados sentidos muito diversos, mas em Jesus é claro que a família, quando situada na sua verdadeira dimensão, é a melhor forma de nós homens entendermos o quanto somos amados por Deus. 



Desde sempre  Deus  criou  o  homem  para que fosse feliz. Esta 1ªleitura ( I Gen 2, 18-24) é o espelho do cuidado de Deus para com o ser humano, pois sempre velou pelo homem de forma a que tudo tivesse para se sentir amado. Foi assim no princípio de tudo e continua hoje a ser da mesma forma. Tudo nos é dado, a criação inteira está à nossa responsabilidade, para a cuidarmos e gerirmos de forma a estar ao serviço de todos. Foi assim que Deus quis, mas o que fizemos, e continuamos a fazer, com tudo o que Deus põe à nossa disposição, isso é da nossa inteira responsabilidade.


Numa liturgia dedicada à família, esta 2ªleitura revela onde tudo assenta, onde a família há de encontrar a força, o segredo para testemunhar o Amor de Deus presente no meio de nós. Quem se ama em Deus, espelha, testemunha, esta entrega sem limites para o bem de todos. Só n'Ele reside a fonte do verdadeiro amor. Só Deus, que é o Amor, ama assim, incondicionalmente, sem limites. Mas, em Jesus Cristo, cada um de nós é chamado a testemunhar Deus enamorado de cada homem, a ponto de em Seu Único Filho se fazer um de nós. 

Irmãos: Jesus, que, por um pouco, foi inferior aos Anjos, vemo-l’O agora coroado de glória e de honra por causa da morte que sofreu, pois era necessário que, pela graça de Deus, experimentasse a morte em proveito de todos. Convinha, na verdade, que Deus, origem e fim de todas as coisas, querendo conduzir muitos filhos para a sua glória, levasse à glória perfeita, pelo sofrimento, o Autor da salvação. Pois Aquele que santifica e os que são santificados procedem todos de um só. Por isso não Se envergonha de lhes chamar irmãos.
Hebr 2, 9-11

No evangelho (Mc 10,2-16) Jesus, que é Amor, fala sobre o que é amar e quais as suas implicações. Para os dias de hoje, em que tudo se esgota no momento em que se consome, a permanência do amor parece ser demais, mas quando há amor verdadeiro, numa perspetiva de serviço, de entrega ao outro, com o desejo de que todos sejam felizes, percebe-se que é uma aprendizagem para toda a vida e que se faz caminhando devagarinho, degrau a degrau, descendo algumas vezes, para voltar a subir com todo o cuidado para não cair, nem se magoar ninguém. Quem melhor do que as crianças ( que verdadeiramente ainda o são) para nos ensinarem a amar. Se tivermos um coração como o delas entraremos no reino dos Céus, é Jesus quem no-lo diz.


Oh Senhor que eu aprenda de Ti a ter um coração puro, verdadeiro e humilde como o das crianças.