sábado, 8 de agosto de 2015

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM


Neste domingo, através  das leituras, o Senhor convida-nos a deixarmo-nos alimentar por Ele, desafia-nos a confiarmos totalmente n'Ele, mesmo quando tudo parece perdido. Entreguemo-nos de alma e coração e Ele retemperará as nossas forças e será o nosso alimento ao longo da caminhada.


Na 1ªleitura, (1Rs19,4-8) o profeta Elias, cansado e desanimado, deita-se e adormece desejando a morte. O Senhor, atento ao seu sofrimento, envia-lhe o alimento de que necessita e Elias, retemperadas as forças, prossegue a caminhada ao longo do deserto. 
O que mais impressiona neste texto é que Deus não retira os obstáculos, as dificuldades, que surgem no caminho, mas dá aquilo de que necessitamos para ultrapassarmos o que nos impede de continuar a caminhada. Fez assim com Elias e faz connosco, hoje, também o mesmo.



Na 2ª leitura (Ef 4,30-32.5,1-2) S. Paulo continua a relembrar-nos o que é essencial na vivência em comunidade: "Sede bondosos e compassivos uns para com os outros e perdoai-vos mutuamente, como Deus também vos perdoou em Cristo. Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados." 



No evangelho encontramos, no povo judeu, a mesma dificuldade que muitos homens de hoje sentem: contemplar Jesus e ver n'Ele o Filho Único de Deus; olhar Jesus como o Pão Vivo que desceu do Céu e deixar-se alimentar por Ele. É este o milagre que acontece em cada Eucaristia. É esta a força da nossa fé, temos Deus em cada um de nós, presente, vivo, a ultrapassar connosco as várias dificuldades que a vida nos apresenta. Ele é solidário com o nosso sofrimento e vem sempre em nosso auxílio, dá-nos a mão e (lá diz o poema) pega-nos ao colo quando as situações são mais complicadas e insuportáveis. Ele é o alimento que nos sustenta e permanece para sempre.

"Naquele tempo, os judeus murmuravam de Jesus, por Ele ter dito: «Eu sou o pão que desceu do Céu».E diziam: «Não é Ele Jesus, o filho de José? Não conhecemos o seu pai e a sua mãe? Como é que Ele diz agora: ‘Eu desci do Céu’?». 
Jesus respondeu-lhes: «Não murmureis entre vós.
 Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Está escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim. Não porque alguém tenha visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo». 
Jo 6,41-51. 

Senhor, eu creio que és Jesus o Filho de Deus Vivo, mas aumenta a minha pouca fé. Sê Tu, Senhor, o meu alimento.


Comentário do dia (retirado do site do Evangelho Quotidiano)
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja 
Sobre os mistérios, 48-49, 58

«Eu sou o Pão da Vida»
É admirável que Deus tenha feito chover o maná sobre os nossos pais e que eles tenham sido diariamente saciados com o pão do céu. É por isso que está escrito: «O homem comeu o pão dos anjos» (Sl 77,25). Contudo, os que comeram este pão do deserto estão todos mortos. Pelo contrário, o alimento que agora recebes, este Pão vivo que desceu dos céus, é sustento para a vida eterna, e quem come deste Pão não morrerá jamais. Ele é o Corpo de Cristo. […]

Esse maná era do céu, este é do cimo dos céus; aquele era um dom do céu, este é o Senhor dos céus; aquele estava sujeito à corrupção quando era guardado nem que fosse até ao dia seguinte, a este é estranha toda a corrupção: quem dele prova com respeito não pode ser tocado pela corrupção. A água brotou dos rochedos para os hebreus, para ti brota o sangue de Cristo. A água saciou-os por momentos, o sangue lava-te para sempre. Os hebreus beberam e têm sede, mas tu, depois de teres bebido, nunca mais poderás ter sede (cf Jo 4,14). Aquilo era a pré-figuração, isto é a verdade plena. […]

O maná era a «sombra do que devia vir» (Col 2,17). Escuta o que foi manifestado a nossos pais: «De facto, todos bebiam de um rochedo espiritual que os seguia, que era Cristo» (1Cor 10,4). […] Tu conheceste o cumprimento, tu viste a luz plena, a verdade pré-figurada, o corpo do Criador. […] Sobre aquilo que comemos e aquilo que bebemos, diz o Espírito Santo: «Saboreai e vede como o Senhor é bom; feliz o homem que nele se abriga» (Sl 33,9).

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