sábado, 27 de dezembro de 2014

SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, 
MARIA E JOSÉ


Estamos ainda na primeira oitava do Natal. Continuamos a celebrar o nascimento de Jesus, o Filho de Deus, que pelo amor do Pai por cada ser criado, veio habitar entre nós. E é neste enquadramento que a Igreja celebra hoje a festa da Sagrada Família. 
As leituras deste domingo têm como denominador comum a família e os valores a seguir para construir a paz familiar. 


Na 1ª leitura (Eclo 3,3-7.14-17) somos confrontados com atitudes concretas que, enquanto filhos, devemos ter para com os nossos pais. É um desafio para os nossos tempos em que precisamos de recuperar estes valores para bem das famílias de hoje.



"Irmãos:Como eleitos de Deus, santos e predilectos,revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, se algum tiver razão de queixa contra outro.Tal como o Senhor vos perdoou, assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados para formar um só corpo. E vivei em acção de graças. Habite em vós com abundância a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes uns aos outros com toda a sabedoria; e com salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai de todo o coração a Deus a vossa gratidão. E tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças, por Ele, a Deus Pai. Esposas, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai as vossas esposas e não as trateis com aspereza. Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, não exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo."

II Col 3, 12-21

S.Paulo apresenta, nesta 2ª leitura um código de boa conduta para todo o ser humano. Aliás, vai bem mais além, pois, se em família forem cumpridos todos os seus conselhos, então teremos homens e mulheres radicados no Amor de Deus, logo verdadeiramente felizes. Se nos deixarmos habitar pelo Amor de Deus em tudo o que fazemos, incluindo a forma de nos relacionarmos uns com os outros, então Deus estabelecerá a Paz entre nós, porque só Ele é a Paz.


Do Evangelho (Lc 2, 22-40), que nos apresenta a Sagrada Família a cumprir a lei, como qualquer outra família do seu tempo, (Deus, em Jesus, assume totalmente a condição humana) ressalto a forma como os anciãos eram respeitados no tempo de Jesus: Simeão e Ana eram escutados. São eles que nos ajudam a fazer a ligação entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento. Com eles percebemos que aquele menino era diferente de todos os outros, era verdadeiramente Deus incarnado, a viver no meio dos homens.
Nestes tempos de Natal, em que somos convidados a contemplar Deus Menino, no presépio, o Amor de Deus torna-se mais presente, mais próximo. Ao olhar para este milagre de Amor presente, vivo em nós, a nossa alma louva e agradece a Deus pelas maravilhas que fez em nosso favor, tal como fizeram Ana e Simeão. 


Bendito e louvado seja Deus por nos amar assim desta forma total e única. Obrigada Menino Jesus por tanto Amor.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

MENSAGEM «URBI ET ORBI»
DO PAPA FRANCISCO
NATAL DE 2014
Quinta-feira, 25 de Dezembro de 2014



Queridos irmãos e irmãs, bom Natal!

Jesus, o Filho de Deus, o Salvador do mundo, nasceu para nós. Nasceu em Belém de uma virgem, dando cumprimento às profecias antigas. A virgem chama-se Maria; o seu esposo, José.
São as pessoas humildes, cheias de esperança na bondade de Deus, que acolhem Jesus e O reconhecem. Assim o Espírito Santo iluminou os pastores de Belém, que acorreram à gruta e adoraram o Menino. E mais tarde o Espírito guiou até ao templo de Jerusalém Simeão e Ana, humildes anciãos, e eles reconheceram em Jesus o Messias. «Meus olhos viram a salvação – exclama Simeão – que ofereceste a todos os povos» (Lc 2, 30-31).
Sim, irmãos, Jesus é a salvação para cada pessoa e para cada povo!
A Ele, Salvador do mundo, peço hoje que olhe para os nossos irmãos e irmãs do Iraque e da Síria que há tanto tempo sofrem os efeitos do conflito em curso e, juntamente com os membros de outros grupos étnicos e religiosos, padecem uma perseguição brutal. Que o Natal lhes dê esperança, como aos inúmeros desalojados, deslocados e refugiados, crianças, adultos e idosos, da Região e do mundo inteiro; mude a indiferença em proximidade e a rejeição em acolhimento, para que todos aqueles que agora estão na provação possam receber a ajuda humanitária necessária para sobreviver à rigidez do inverno, retornar aos seus países e viver com dignidade. Que o Senhor abra os corações à confiança e dê a sua paz a todo o Médio Oriente, a começar pela Terra abençoada do seu nascimento, sustentando os esforços daqueles que estão activamente empenhados no diálogo entre Israelitas e Palestinianos.
Jesus, Salvador do mundo, olhe para quantos sofrem na Ucrânia e concede àquela amada terra a graça de superar as tensões, vencer o ódio e a violência e embocar um caminho novo de fraternidade e reconciliação.
Cristo Salvador dê paz à Nigéria, onde – mesmo nestas horas – mais sangue foi derramado e muitas pessoas se encontram injustamente subtraídas aos seus entes queridos e mantidas reféns ou massacradas. Invoco paz também para outras partes do continente africano. Penso de modo particular na Líbia, no Sudão do Sul, na República Centro-Africana e nas várias regiões da República Democrática do Congo; e peço a quantos têm responsabilidades políticas que se empenhem, através do diálogo, a superar os contrastes e construir uma convivência fraterna duradoura.
Jesus salve as inúmeras crianças vítimas de violência, feitas objecto de comércio ilícito e tráfico de pessoas, ou forçadas a tornar-se soldados; crianças, tantas crianças vítimas de abuso. Dê conforto às famílias das crianças que, na semana passada, foram assassinadas no Paquistão. Acompanhe todos os que sofrem pelas doenças, especialmente as vítimas da epidemia de ébola, sobretudo na Libéria, Serra Leoa e Guiné. Ao mesmo tempo que do íntimo do coração agradeço àqueles que estão trabalhando corajosamente para assistir os doentes e os seus familiares, renovo um premente apelo a que sejam garantidas a assistência e as terapias necessárias.
Jesus Menino. Penso em todas as crianças assassinadas e maltratadas hoje, seja naquelas que o são antes de ver a luz, privadas do amor generoso dos seus pais e sepultadas no egoísmo duma cultura que não ama a vida; seja nas crianças desalojadas devido às guerras e perseguições, abusadas e exploradas sob os nossos olhos e o nosso silêncio cúmplice; seja ainda nas crianças massacradas nos bombardeamentos, inclusive onde o Filho de Deus nasceu. Ainda hoje o seu silêncio impotente grita sob a espada de tantos Herodes. Sobre o seu sangue, estende-se hoje a sombra dos Herodes do nosso tempo. Verdadeiramente há tantas lágrimas neste Natal que se juntam às lágrimas de Jesus Menino!
Queridos irmãos e irmãs, que hoje o Espírito Santo ilumine os nossos corações, para podermos reconhecer no Menino Jesus, nascido em Belém da Virgem Maria, a salvação oferecida por Deus a cada um de nós, a todo o ser humano e a todos os povos da terra. Que o poder de Cristo, que é libertação e serviço, se faça sentir a tantos corações que sofrem guerras, perseguições, escravidão. Que este poder divino tire, com a sua mansidão, a dureza dos corações de tantos homens e mulheres imersos no mundanismo e na indiferença, na globalização da indiferença. Que a sua força redentora transforme as armas em arados, a destruição em criatividade, o ódio em amor e ternura. Assim poderemos dizer com alegria: «Os nossos olhos viram a vossa salvação».

Com estes pensamentos, a todos bom Natal!

Natal 2014


A liturgia de hoje convida-nos a contemplar o amor de Deus,manifestado na encarnação de Jesus…Ele é a "PALAVRA" que se fez pessoa e veio habitar no meio de nós,a fim de nos oferecer a vida em plenitude e de nos elevar à dignidade de "filhos de Deus". 


A 1ª Leitura anuncia a chegada do Deus libertador (Is 52,7-10). Ao Povo desolado e abandonado no exílio, o Profeta procura fortalecer a esperança, apresentando um quadro muito sugestivo: à Jerusalém em ruínas, chega com uma "boa notícia" um mensageiro que anuncia "a paz", proclama a "salvação" e promete o "reinado de Deus".O profeta garante que Deus vai voltar à sua cidade em ruínas e fazer dela uma cidade bela e cheia de vida,como uma noiva em dia de casamento.Uma alegria contagiante toma conta de todos. - A alegria contagiante das sentinelas e das próprias pedras da cidade é o anúncio de outra libertação, plena e total, que Deus vai oferecer ao seu Povo através de Jesus e a imagem da alegria de todos os homens,que hoje celebram o começo de um mundo novo.

"Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação e diz a Sião: «O teu Deus é Rei». 
Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria, porque vêm com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião.
 
Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém.
 
O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações, e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus."
 

Is 52,7-10 


A 2ª Leitura apresenta uma breve História da Salvação. O Plano salvador de Deus manifesta-se inicialmente pelos Profetas e "nestes dias" pelo próprio "Filho", Jesus Cristo. (Hb 1,1-6). Celebrar o nascimento de Jesus é contemplar o amor de um Deus que encontrou muitas maneiras de se revelar...Falou através da Criação, através dos Profetas...Mas na plenitude dos tempos enviou o próprio Filho...Jesus Cristo é a Palavra viva e definitiva de Deus,que revela aos homens o verdadeiro caminho para chegar à salvação.
* Celebrar  o seu nascimento é acolher essa Palavra viva de Deus…É acolher o projeto que Jesus veio apresentar e fazer dele o critério fundamental da nossa vida. 


No Evangelho (João 1,1-18) há vários aspetos a considerar:
- A expressão"no princípio" está relacionada com a narrativa da Criação. Sugere que a missão da "Palavra" é completar a primeira criação, eliminando tudo aquilo que se opõe à vida criando  condições  para que nasça o Homem Novo.
- A "Palavra" (Lógos) é uma realidade anterior ao céu e à terra. Essa "Palavra" estava em Deus e "era Deus".É Deus que se comunica como "Palavra". Essa "Palavra" é geradora de vida para o homem e para o mundo. Fez-se "carne" em Jesus e "montou sua tenda no meio de nós". Agora, Jesus é a "tenda" onde Deus habita.
- A função da "Palavra" é comunicar aos homens a vida em plenitude,a "Luz" que ilumina o caminho para a verdadeira Vida.Muitos recusam essa "Luz", preferem caminhar nas trevas...Quem acolhe a "Palavra" participa da Vida de Deus,torna-se"filho de Deus".
- Somos convidados a contemplar esse amor sem limites, que aceitou revestir-se de nossa fragilidade, para nos dar a vida plena...
* Acolher a "Palavra" é deixar que Jesus nos transforme, a fim de nos tornarmos, verdadeiramente, "filhos de Deus".
O presépio que hoje contemplamos não deve ser apenas um quadro bonito e terno, mas uma interpelação para acolher a "Palavra" e crescer como homem novo. 
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa CS



Senhor, Menino Deus, que neste Natal o meu coração acolha a Tua Palavra e eu renasça em Ti.

Mensagem de Natal de D.António Marto

Natal de Cristo: Deus próximo e solidário
A festa do Natal convida-nos a viver sempre de novo, em cada ano, o mistério de graça e de misericórdia que é o nascimento de Jesus, o Salvador. A linguagem que nos fala e aproxima deste mistério no modo mais belo e acessível é a dos símbolos: fala aos olhos, à mente e ao coração, à própria imaginação. O símbolo mais característico é sem dúvida o presépio, rico de significado espiritual e humano. Ele representa plasticamente a novidade e a extraordinária beleza e alegria do mistério de Deus que se fez homem e veio habitar entre nós: a sua  apresentação na ternura encantadora e desarmada dum menino que vem à luz do mundo.
De facto, “o presépio é a expressão da nossa expectativa de que Deus se aproxime de nós, mas também a ação de graças Àquele que decidiu partilhar a nossa condição humana na pobreza e na simplicidade”(Bento XVI). O Deus que contemplamos no presépio é o Deus Amor. Ele veio para nós, para ficar connosco. No meio do bulício e das distrações da quadra natalícia, encontramos um pouco de tempo para saborear e acolher este mistério? Deixamos Deus entrar na nossa vida?
Uma nova fraternidade
A representação do presépio põe ainda diante de nós uma outra valência e vivência muito bela do Natal de Cristo: celebra-se um nascimento que nos faz irmãos. Ao redor do Deus-Menino encontram-se os pobres e os humildes pastores bem como os sábios que são os magos. Fazendo-se homem como nós, Jesus Cristo une-se a cada homem e cria uma comunidade de irmãos para sempre, uma nova fraternidade.
O Natal é a festa de uma grande família que não conhece fronteiras de espaço nem de tempo, uma família sempre a construir, tantos são os muros de divisão que separam os homens e os povos uns dos outros. O nascimento de Cristo é um acontecimento gerador de uma nova cultura do encontro, do acolhimento e da comunhão que experimentamos na (re)união das famílias ou nas ceias de Natal de várias instituições, num espírito de alegria que transborda.
O sonho de Deus é tornar a humanidade uma só família que viva em fraternidade e em paz!
Não há Natal sem solidariedade
 O acolhimento do outro é também o acolhimento de Cristo! Não podemos pois viver o autêntico Natal sem sairmos de nós mesmos e ir ao encontro dos irmãos mais necessitados e sofredores. Não há Natal sem solidariedade.  São necessários gestos concretos e não só palavras sonoras. Estou disposto a um estilo de vida mais sóbrio e solidário, mesmo renunciando a algo legítimo, para partilhar com quem mais precisa?
Um modo concreto de expressar esta solidariedade é-nos oferecida pela iniciativa da Caritas “Um Milhão de Estrelas – Um Gesto pela Paz”, que já tem uma tradição de doze anos. As pessoas e as famílias são convidadas a adquirirem uma vela, pelo preço de um euro, para a acenderem na noite de Natal. 65% do produto final será para projetos sociais das dioceses particularmente voltados para a pobreza infantil e 35% para ajudar as crianças que estão em campos de refugiados no Médio Oriente.
A todos os diocesanos, às famílias e, em particular, aos doentes e a todos os que sofrem, envio os meus cordiais votos de Santo e Fraterno Natal e Feliz Ano de 2015! 

sábado, 20 de dezembro de 2014

IV DOMINGO DO ADVENTO

Como o tempo passa tão depressa! Já estamos no fim do Advento às portas do Natal. Louvado seja Deus que nos concedeu a graça de podermos celebrar a Sua vinda de novo, neste final de ano. 
As leituras de hoje centram-nos no encontro e preparação de uma casa para Deus habitar no meio dos homens. 


Na 1ªleitura (2º Samuel 7,1-5.8b-12.14a.16.) David manifesta o seu desejo de construir um templo para nele colocar a Arca da Aliança, sinal da presença de Deus no meio do seu povo. Mas, o que mais me toca neste texto, é o amor imenso como Deus responde a esta preocupação do rei David e no fundo a todos nós hoje, dizendo-lhe que será Ele que lhe dará uma casa para sempre e prometendo em relação ao seu descendente: "Serei para ele um pai e ele será para Mim um filho. A tua casa e o teu reino permanecerão diante de Mim eternamente". E esta é a promessa que, em Jesus Cristo, pelo Espírito Santo, se cumpre ainda nos nossos dias em cada momento da nossa vida.


Na 2ªleitura S.Paulo exprime de uma forma muito bela e profunda a eterna gratidão que temos em relação ao nosso Deus. É realmente um hino de louvor a Deus que vale a pena entoar enquanto a voz não nos faltar. Bendito seja Deus!

"Irmãos:
Seja dada glória a Deus, que tem o poder de vos confirmar, segundo o Evangelho que eu proclamo, anunciando Jesus Cristo. Esta é a revelação do mistério que estava encoberto desde os tempos eternos, mas agora foi manifestado e dado a conhecer a todos os povos pelas escrituras dos Profetas, segundo a ordem do Deus eterno, para que eles sejam conduzidos à obediência da fé.
A Deus, o único sábio, por Jesus Cristo, seja dada glória pelos séculos dos séculos. Ámen"
Rom 16,25-27. 


Em relação ao evangelho fui buscar ao site do Evangelho Quotidianao esta seleção da Alocução de 27/11/1983 feita por São João Paulo II (1920-2005), papa, que nos ajuda a meditar na revelação do mistério de Deus feito homem.

«Salvé, ó cheia de graça»
A alegria é uma componente fundamental do tempo sagrado que agora começa. O Advento é um tempo de vigilância, de oração, de conversão e de uma espera fervorosa e feliz. O motivo é claro: «O Senhor está perto» (Fil 4,5).
A primeira palavra dirigida a Maria no Novo Testamento é um convite feliz: «Salvé, ó cheia de graça!» (Lc 1,28) Esta saudação está ligada à vinda do Salvador. Maria é a primeira a quem é anunciada uma alegria que, seguidamente, será proclamada a todo o povo (Lc 2,10), e nela participa de uma forma e numa dimensão extraordinárias. Em Maria, a alegria do antigo Israel concentra-se e encontra a sua plenitude; nela, a felicidade dos tempos messiânicos irrompe irrevogavelmente. A alegria da Virgem Maria é, em particular, a alegria do «pequeno resto de» Israel (Is 10,20ss), dos pobres que esperam a salvação de Deus e que fazem a experiência da sua fidelidade.
Para que também nós participemos nesta festa, é necessário esperarmos com humildade e acolhermos o Salvador com confiança. «Desta maneira, os fiéis que procuram viver com a liturgia o espírito do Advento, ao considerarem o amor inefável com que a Virgem Mãe esperou o seu Filho, serão levados a tomá-la como modelo e a prepararem-se, também eles, para ir ao encontro do Salvador que vem, “bem vigilantes na oração e cheios de alegria”» (Paulo VI, Marialis cultus 4; Missal romano).


Mãe ensina-me a dizer sempre sim a Deus. Converte-me Senhor. Guia-me até Belém.

sábado, 13 de dezembro de 2014

III DOMINGO DO ADVENTO

Na caminhada para o Natal este é um domingo especial, pois, embora ainda em tempo de arrependimento e conversão, como preparação para o grande dia que celebraremos a 25 de dezembro, somos convidados a: alegrarmo-nos na luz que brilhará mais nesse dia, fazer festa,  antecipar a alegria de podermos viver aqui e agora o acontecimento único da manifestação de Deus aos homens. Alegremo-nos sempre porque Jesus já resplandece em nós, porque Jesus, o Filho Único de Deus, já veio, já nos habita e é, em cada um de nós, essa alegria profunda do Amor infinito de Deus por toda a Humanidade. 
Todas as leituras, incluindo o salmo responsorial, conduzem-nos a esta vivência na verdadeira alegria do nascimento do Menino Deus.  


Na 1ª leitura  (Is 61,1-2ª.10-11) o profeta Isaías, mensageiro da esperança, ao anunciar a salvação prometida por Deus, suscita no povo, regressado do exílio e ainda desanimado, uma verdadeira manifestação de alegria, louvor e agradecimento ao Senhor que os libertou e é a sua esperança numa nova vida.


Na 2º leitura S. Paulo exorta-nos a sermos alegres (1Ts 5,16-24). Depois explica-nos que a alegria vem do Espírito Santo "Não apagueis o Espírito...", assenta na oração "rezai sem cessar"e testemunha-se numa vida moral irrepreensível.


O Evangelho faz-nos escutar com muita atenção S.João Batista, pois tudo o que diz tem uma finalidade bem clara que é conduzir-nos à razão de ser da nossa alegria: Jesus, o Filho de Deus. E todos sabemos que não se poupa a esforços para anunciar a todos que Ele já veio, já vive entre nós e batiza no Espírito Santo!
"Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Foi este o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas, para lhe perguntarem: «Quem és tu?». Ele confessou a verdade e não negou; ele confessou: «Eu não sou o Messias». «És o Profeta?».Ele respondeu: «Não». Eles perguntaram-lhe: «Então, quem és tu? És Elias?». «Não sou», respondeu ele. Disseram-lhe então: «Quem és tu? Para podermos dar uma resposta àqueles que nos enviaram, que dizes de ti mesmo?». Ele declarou: «Eu sou a voz do que clama no deserto: ‘Endireitai o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías». Entre os enviados havia fariseus que lhe perguntaram: «Então, porque batizas, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?». João respondeu-lhes: «Eu baptizo na água, mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias». Tudo isto se passou em Betânia,
além do Jordão, onde João estava a batizar."
Jo 1,6-8.19-28


Senhor, envia sobre mim o Teus Santo e Divino Espírito. Só em Ti a alegria das festas que se aproximam será verdadeira!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM 

SANTA MARIA 



Se o Senhor veio ao meio dos homens, se Ele vem ainda, é por meio de Maria. N’Ela se cumpre, na verdade, o mistério do Advento.Mais do que qualquer outro tempo do Ano Litúrgico, o Advento é tempo de Maria, pois é nele que A vemos em mais íntima relação com o Seu filho, ao Qual está unida «por vínculo estreito e indissolúvel» (LG. 53).
Embora, na sua origem e no seu princípio, a Solenidade da Imaculada Conceição, que vem do século XI, não nos apareça em ligação com o Advento, contudo ela é uma verdadeira festa do Advento. Ela é a aurora que precede, anuncia e traz em si o Dia novo, que está para surgir no Natal.
Enaltecendo a Virgem Maria, esta Solenidade, em vez de nos desviar do Mistério de Cristo, leva-nos, pelo contrário, a exaltar a obra da Redenção, ao apresentar-nos Aquela que foi a primeira a beneficiar dos seus frutos, tornando-se a imagem e o modelo segundo o qual Deus quer refazer o rosto da Humanidade, desfigurado pelo pecado.
Assim como na aurora se projecta a luz do sol, de cujos raios ela tira a vida, assim em Maria Imaculada se reflecte o poder do Salvador que está para vir: a Seus méritos Ela deve, com efeito, o ter sido «remida de modo mais sublime» (LG. 53).Festa de Advento, a Solenidade da Imaculada Conceição constitui uma bela preparação para o Natal.

Secretariado Nacional de Liturgia


«Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria.Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo».Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela.Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo:«Como será isto, se eu não conheço homem?».O Anjo respondeu-lhe:«O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível».

Maria disse então:«Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».

 Lc 1, 26-38

Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres». Mãe Santíssima, rogai por nós.
II DOMINGO DO ADVENTO

Chegámos à 2ª semana do Advento e começamo-la com um dia santo extremamente significativo: a festa da Imaculada Conceição. Nesta altura, em que esperamos a vinda do Menino Deus, esta solenidade tem um significado especial. Mas, centremo-nos nas leituras deste domingo.




Na 1ª Leitura (Is 40,1-5.9-11),Isaías "consola" os exilados na Babilónia: anuncia o perdão de Deus e um novo caminho de vida e salvação, com o regresso do povo à pátria.Será um novo Êxodo, uma nova caminhada espiritual, durante a qual eles poderão fazer uma nova experiência do amor e da bondade de Deus e redescobrir os caminhos da Comunhão e da Aliança.


Na 2ª Leitura S. Pedro aponta para a Parusia, a segunda vinda de Jesus, despertando-nos para a forma como devemos preparar esse momento: "vigilantes": Vivendo no dia a dia de acordo com os ensinamentos de Jesus, empenhando-nos na transformação do mundo e na construção do Reino. (2 Pd 3,8-14) Esta Vinda dá uma perspetiva diferente à nossa vida: Temos um futuro a conquistar já nesta terra.


No Evangelho, S. João Batista aponta o caminho para acolher o Messias Libertador (Mc 1,1-8) e dá-nos A "Boa Notícia" que começa com um grande chamamento à conversão: Deus já voltou seu coração para nós, resta-nos "voltar" o nosso para ele. Denuncia o pecado,anuncia o perdão e dispõe o homem a converter-se... 
O Sacramento da Penitência é um gesto que manifesta a vontade de conversão e a esperança dos tempos novos. É um encontro privilegiado com o Deus que salva e perdoa.
                                                                                                           Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa CS

"Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no profeta Isaías: 
«Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho. 
Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’». 
Apareceu João Baptista no deserto, a proclamar um batismo de penitência para remissão dos pecados. 
Acorria a ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. 
João vestia-se de pelos de camelo, com um cinto de cabedal em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. 
E, na sua pregação, dizia: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias. 
Eu batizo-vos na água, mas Ele batizar-vos-á no Espírito Santo» 
(Mc 1,1-8)

Senhor, Pai Santo concede-me o dom da conversão.