domingo, 9 de novembro de 2014

XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Festa da Dedicação da Basílica de 
S. João de Latrão


Hoje estamos mais em união com o Santo Padre, pois celebramos a festa da Igreja Mãe de todas as igrejas do mundo, uma vez que S.João de Latrão é a catedral do papa, como bispo de Roma. Esta festa  convida-nos a tomar consciência de que a Igreja, simbolizada e representada pela Basílica de S.João de Latrão, é hoje, no meio do mundo, a morada de Deus, o testemunho vivo da caminhada de Deus no meio dos homens.





"Irmãos: Vós sois o edifício de Deus. Segundo a graça de Deus que me foi dada, eu, como sábio arquitecto, assentei o alicerce, mas outro edifica sobre ele. Mas veja cada um como edifica,  pois ninguém pode pôr um alicerce diferente do que já foi posto: Jesus Cristo. 
Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? 
Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Pois o templo de Deus é santo, e esse templo sois vós."
 
1ª Cor 3,9-11.16-17. 

Homilia retirada do site http://santuariodefatima.org.br/ :

"Esta solenidade traz-nos à mente e ao coração três aspetos da nossa fé:
Primeiro - Todo o templo cristão dedicado a Deus é imagem do próprio Cristo: ele, no seu corpo ressuscitado, é o verdadeiro templo, do qual o Templo de Jerusalém era apenas uma imagem e profecia: “Destruí este Templo e em três dias eu o levantarei… Mas Jesus estava a falar do templo do seu corpo”. É do corpo ressuscitado do Senhor, verdadeiro templo, que brota a água da vida, a água, que é símbolo do Espírito Santo. É a esta realidade tão bela e misteriosa que alude a leitura de Ezequiel: “A água corria do lado direito do Templo… Estas águas correm para a região oriental, desembocam nas águas salgadas do mar e elas se tornarão saudáveis. Haverá vida onde o rio chegar. Nas margens do rio crescerá toda espécie de árvores frutíferas… que servirão de alimento e as suas folhas serão remédio”. A imagem é bela, rica, intensa: a água que brota do lado direito de Cristo transpassado é o Espírito Santo, dado pelo Senhor à Igreja e à humanidade, para que nele tenhamos a cura dos nossos pecados e a vida em abundância! Por tudo isso, veneramos e respeitamos os nossos templos: eles são imagem do próprio corpo ressuscitado de Cristo, fonte do Espírito e lugar de encontro com o Pai. Por isso, todas as igrejas são dedicadas a Deus, como Cristo, que foi todo consagrado ao Pai.
Segundo - A Igreja é, primeiramente, a Comunidade: “Vós sois a construção de Deus. Acaso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós? O santuário de Deus é santo, e vós sois esse santuário!” Os nossos templos são chamados “igreja” porque são casas da Igreja, espaço sagrado no qual a Igreja-Comunidade se reúne num só Espírito Santo para, unida ao Filho Jesus, elevar o louvor de glória ao Pai, sobretudo na Eucaristia. Assim, celebrar a dedicação de uma igreja-templo é recordar que nós somos Igreja-Comunidade, Corpo de Cristo, templo verdadeiro de Deus, pleno do Espírito Santo. Santo Agostinho recordava: “A dedicação da casa de oração é festa da nossa comunidade. Mas, nós mesmos somos a Casa de Deus. Somos construídos neste mundo e seremos solenemente dedicados no fim dos tempos!” Nós – cada um de nós – somos pedras vivas, pedras vivificadas pelo Espírito, para formarmos um só edifício espiritual, isto é, um edifício no Espírito Santo. E este edifício é a Igreja, Corpo de Cristo e Templo do Espírito Santo. A Igreja somos nós, a Igreja é cada um de nós, chamados a assumir a nossa parte na edificação do Reino de Deus. Na Igreja, não somos espetadores; somos atores, somos participantes! Não nos omitamos, portanto; não recebamos a graça de Deus em vão! Tornamo-nos Igreja pelo Batismo, que nos fez membros do Corpo de Cristo e, em cada Eucaristia, vamo-nos tornando sempre mais corpo de Cristo, até sermos plenamente configurados com ele na glória. Então, não recebamos em vão tamanha graça!
Terceiro - A Basílica do Latrão é a Catedral da Igreja de Roma, a Catedral do Papa. Na sua entrada há uma inscrição: “Mãe de todas as igrejas da Cidade e do mundo”. Compreendamos! A Igreja de Roma (isto é, a Arquidiocese de Roma) é a Igreja de Pedro e de Paulo, é a Igreja que preside a todas as outras dioceses do mundo, é a mais venerável de todas as Igrejas da terra. Santo Inácio de Antioquia referia-se a ela, lá pelo ano 97, com indizível veneração. Numa carta que endereçou aos cristãos romanos, o santo Bispo de Antioquia escrevia: “À Igreja objeto de misericórdia na magnificência do Pai altíssimo e de Jesus Cristo seu único Filho, amada e iluminada na vontade daquele que conduz à realização todas as coisas que existem, segundo a fé e o amor de Jesus Cristo nosso Deus, à mesma que também preside na região dos romanos, digna de Deus, digna de honra, digna da máxima beatitude, digna de louvor, digna de sucesso, digna de pureza e colocada acima das demais na caridade, que possui a lei de Cristo e o nome do Pai”... O Papa, como Bispo de Roma, é cabeça do Colégio dos Bispos e sinal visível da unidade da Igreja na fé e na caridade. É por isso que hoje nos unimos à Igreja de Roma na festa da Dedicação, da consagração da sua Catedral, a basílica do Latrão. A Catedral de cada diocese é a Igreja do Bispo, sucessor dos Apóstolos. Quanto mais importante é a Catedral do Bispo de Roma, sucessor de Pedro! Por isso, ela é considerada a “Mãe de todas as Igrejas da Cidade e do mundo”. Assim sendo, a festa de hoje convida-nos também a rezar pela Igreja de Deus que está em Roma e pelo seu Bispo, Francisco. Convida-nos a estreitar os nossos laços com Roma e com o Papa, a retomar a nossa consciência do papel que ele tem como Vigário de Pedro, a quem Cristo confiou sua Igreja. Num mundo tão complexo, com tantas ideias, opiniões e modas, num cristianismo que vê surgir tantas seitas sem nenhum fundamento teológico, sem nenhuma seriedade, sem nenhum enraizamento na Tradição Apostólica, difundindo-se pela força do dinheiro e com a conivência dos meios de comunicação, ávidos de lucro, fazendo um terrível mal à fé dos simples e desavisados – num mundo assim, reafirmemos a nossa comunhão firme, profunda e convicta com a Igreja de Roma e o seu Bispo, a quem Cristo entregou de modo particular as chaves do Reino e deu a missão de confirmar na fé os irmãos. A comunhão com Roma é garantia de estarmos naquela comunhão que Cristo sonhou para a sua Igreja; é garantia de permanecer na fé apostólica, transmitida uma vez por todas, é garantia de não cair num tipo de cristianismo alheio àquilo que o Senhor Jesus pensou e estabeleceu.

Que a festa hodierna seja uma feliz ocasião para professar, na exultação e no louvor, a nossa fé católica, da qual nos ufanamos com humildade e na qual esperamos ser salvos. Amén."

Fonte : http://santuariodefatima.org.br/dedicacao-da-basilica-de-latrao-2.html

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