sábado, 29 de novembro de 2014


I DOMINGO DO ADVENTO - Ano B

E cá estamos numa nova etapa da nossa vida, mas sem fazermos compartimentos estanques, afinal no último domingo o Senhor dizia-nos para vigiarmos e hoje faz o mesmo. Mas a realidade é mesmo esta, iniciamos hoje um novo Ano Ano Litúrgico, o ano B. E começamo-lo com o tempo do Advento. É um tempo favorável que o Senhor nos dá, para nos aproximarmos mais d'Ele e desta vez através da ternura do Menino Deus. É o Filho de Deus que, dia a dia ,nos vais desafiando a abrir o coração de par em par a Deus, que é sempre fiel ao amor infinito que nutre por cada um de nós. 
Este é verdadeiramente um tempo de conversão e de esperança, como nos diz Isaías na 1ª leitura (Isaías 63,16b-17.19b.64,2b-7), quando afirma "Nunca os ouvidos escutaram, nem os olhos viram que um Deus, além de Vós, fizesse tanto em favor dos que n’Ele esperam. " ..."Vós, porém, Senhor, sois nosso Pai, e nós o barro de que sois o Oleiro; somos todos obra das vossas mãos. "


S. Paulo  na 1ª Carta aos Coríntios 1,3-9. escreve também na mesma linha e termina de uma forma linda ao dizer:"Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor." Sim , Deus é sempre fiel a este grande amor que nos tem e, por isso é que o caminho de conversão e vigilância que nos é proposto tem sentido e vale mesmo a pena esperar pela manifestação de Deus n'Aquele que já tendo nascido, de novo renasce no mais íntimo de cada um de nós. Só neste Menino o mistério profundo de Deus enamorado de cada homem se vai revelando! Que esta certeza, de ser amado assim por Deus, chegue ao coração de todos os homens, em todos os lugares desta aldeia global, que é hoje o mundo.


"Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tomai cuidado, vigiai, pois não sabeis quando chegará esse momento.  Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. 

O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!" 

Mc 13,33-37
Vigiemos, pois, é o Senhor que no-lo pede! Assim o nosso coração estará sempre pronto para O receber.








Jesus Menino, eu te peço que me ensines a abrir sempre o meu coração ao Pai, a deixar-me habitar por Ele em cada momento e a confiar totalmente n'Ele. Mãe ajuda-me a estar vigilante. 

domingo, 23 de novembro de 2014

XXXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM 
Solenidade de Cristo Rei


Chegámos ao último domingo do "ano litúrgico A". A Igreja escolheu a festa de Cristo Rei para terminar este ano.Só em Jesus tudo ganha um sentido novo. 
Disse o nosso pároco na missa que esta é uma festa com raízes muito especiais em Portugal, que se manifestaram mais claramente na construção do Santuário de Cristo Rei em Almada. Embora a sua construção tenha decorrido num tempo especial da nossa história, a existência e manutenção deste santuário testemunha a devoção e carinho de todo um povo ao Coração de Jesus:


"Cristo continua a abraçar o nosso país, a tê-lo no Seu Coração, numa atitude de acolhimento infinito, de perdão incondicional. A imagem de Cristo Rei, para além de recordar este lado humano e divino de Deus, chama todos os homens a um compromisso de paz e de amor. Tal como Deus usou de misericórdia para connosco, assim devemos nós fazer para com os demais. Construir o Santuário espiritual é a tarefa que temos pela frente, com as celebrações dos 50 anos queremos relançar os grandes princípios que estiveram na sua origem, adaptados ao mundo actual. Nos últimos anos temos dado alguns passos neste sentido, pequenos, mas suficientes para afirmarmos aos nossos visitantes que Cristo Rei não é um miradouro mas um Santuário, que para além de ser uma resposta da fidelidade de Portugal ao Céu, é sinal de que Deus a todos quer chegar com o Seu abraço e a todos quer amar com o Seu Coração. O trabalho a realizar é longo, as dificuldades estão à vista, mas desistir deste grande objectivo nunca." 
Pe. Sezinando Luis Felicidade Alberto -  http://www.cristorei.pt/dynamicdata/Cinquentenario.aspx

As leituras de hoje falam-nos do Reino de Deus, como uma realidade que Jesus semeou e que os seus discípulos são chamados a levar a todas as épocas e espaços, atingindo o seu tempo definitivo no mundo que há de vir.

"Eis o que diz o Senhor Deus: "Eu mesmo cuidarei das minhas ovelhas e me interessarei por elas. Como o pastor se preocupa com o seu rebanho, quando se encontra entre as ovelhas dispersas, assim me preocuparei Eu com o meu. Reconduzi-lo-ei de todas as partes por onde tenha sido disperso, num dia de nuvens e de trevas. Sou Eu que apascentarei as minhas ovelhas, sou Eu quem as fará descansar - oráculo do Senhor DEUS. Procurarei aquela que se tinha perdido, reconduzirei a que se tinha tresmalhado; cuidarei a que está ferida e tratarei da que está doente. Vigiarei sobre a que está gorda e forte. A todas apascentarei com justiça." "Quanto a vós, minhas ovelhas, assim fala o Senhor DEUS: Eis que vou julgar entre ovelhas e ovelhas - entre carneiros e bodes." 

Ez 34, 11-12.15-17

Na primeira leitura o profeta Ezequiel revela-nos Deus como um Rei Pastor totalmente dedicado ao bem das suas ovelhas. 


Na segunda leitura (1Cor 15,20-26.28) S. Paulo fala-nos de um Rei soberano vencedor da morte e do pecado. Verdadeiramente o Senhor é rei num trono de glória muito diferente do habitual: a Cruz. Aí Ele é o Rei.


No Evangelho é-nos apresentado, através da parábola do "Filho do Homem", o Rei como um juíz que separa os justos dos injustos. Ele não julga nem condena ninguém, cada um de nós é que será colocado num ou noutro lado, consoante realiza ou não as obras de Misericórdia, que o Senhor usa como critério de distinção entre uns e outros!


Senhor, que eu não passe ao lado, indiferente ao sofrimento do meu irmão, mas abra o meu coração e responda de acordo com a Tua vontade.                                                    

domingo, 16 de novembro de 2014

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Estamos quase no fim do tempo comum, o que quer dizer que muito em breve iniciaremos um novo ano litúrgico. Ao aproximar-se o fim desta caminhada ao longo do ano A, Jesus vai-nos preparando para predispormos o nosso coração e o abrirmos ao Senhor que virá. Só n'Ele e em Igreja, sob a ação do Espírito Santo, faremos frutificar os dons que nos deu e continua a dar, para crescimento do Seu Reino.
A 1ª leitura fala-nos da verdadeira felicidade, daqueles que vivem apoiados no Senhor e apresenta-nos imagens lindas da mulher que tem a sua vida centrada em Deus . Sim, quem assim vive faz render tudo o que recebe do Criador, em suma, é feliz e espalha a felicidade em seu redor.


"Quem poderá encontrar uma mulher virtuosa? O seu valor é maior que o das pérolas. Nela confia o coração do marido, e jamais lhe falta coisa alguma. Ela dá-lhe bem-estar e não desventura,em todos os dias da sua vida. Procura obter lã e linho e põe mãos ao trabalho alegremente. Toma a roca em suas mãos, seus dedos manejam o fuso. Abre as mãos ao pobre e estende os braços ao indigente. A graça é enganadora e vã a beleza; a mulher que teme o Senhor é que será louvada. Dai-lhe o fruto das suas mãos, e suas obras a louvem às portas da cidade."
                                                                                                     Prov 31,10-13.19-20.30-31

S.Paulo, na 2ª leitura 1Ts 5,1-6 fala  da 2ª vinda do Senhor e de como devemos esperar e preparar esse momento: vigilantes e sóbrios na presença do Senhor.
               
           
No Evangelho Jesus conta-nos uma parábola que se destina também a todos nós hoje. Nela "o "Senhor" representa Jesus, que antes de deixar este mundo,para viajar de volta ao Pai, deixou os seus "Bens" aos discípulos; os Talentos são os "bens" que Jesus deixou na sua Igreja: o Evangelho, a sua mensagem de salvação; o Batismo, a Eucaristia e todos os sacramentos, o seu amor pelos pobres, a sua atenção para os doentes...; os Servos, depositários desses bens,são os discípulos de Jesus, somos todos nós, que devemos produzir na medida de nossas possibilidades..." Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa CS

A ninguém Deus pede mais do que aquilo que pode dar e a todos recompensa com um amor igualmente infinito, como só Deus é, Amor que se dá continuamente.

Senhor ilumina-me, para que eu ponha os talentos que me deste a render a cem por cento.

domingo, 9 de novembro de 2014

XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Festa da Dedicação da Basílica de 
S. João de Latrão


Hoje estamos mais em união com o Santo Padre, pois celebramos a festa da Igreja Mãe de todas as igrejas do mundo, uma vez que S.João de Latrão é a catedral do papa, como bispo de Roma. Esta festa  convida-nos a tomar consciência de que a Igreja, simbolizada e representada pela Basílica de S.João de Latrão, é hoje, no meio do mundo, a morada de Deus, o testemunho vivo da caminhada de Deus no meio dos homens.





"Irmãos: Vós sois o edifício de Deus. Segundo a graça de Deus que me foi dada, eu, como sábio arquitecto, assentei o alicerce, mas outro edifica sobre ele. Mas veja cada um como edifica,  pois ninguém pode pôr um alicerce diferente do que já foi posto: Jesus Cristo. 
Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? 
Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Pois o templo de Deus é santo, e esse templo sois vós."
 
1ª Cor 3,9-11.16-17. 

Homilia retirada do site http://santuariodefatima.org.br/ :

"Esta solenidade traz-nos à mente e ao coração três aspetos da nossa fé:
Primeiro - Todo o templo cristão dedicado a Deus é imagem do próprio Cristo: ele, no seu corpo ressuscitado, é o verdadeiro templo, do qual o Templo de Jerusalém era apenas uma imagem e profecia: “Destruí este Templo e em três dias eu o levantarei… Mas Jesus estava a falar do templo do seu corpo”. É do corpo ressuscitado do Senhor, verdadeiro templo, que brota a água da vida, a água, que é símbolo do Espírito Santo. É a esta realidade tão bela e misteriosa que alude a leitura de Ezequiel: “A água corria do lado direito do Templo… Estas águas correm para a região oriental, desembocam nas águas salgadas do mar e elas se tornarão saudáveis. Haverá vida onde o rio chegar. Nas margens do rio crescerá toda espécie de árvores frutíferas… que servirão de alimento e as suas folhas serão remédio”. A imagem é bela, rica, intensa: a água que brota do lado direito de Cristo transpassado é o Espírito Santo, dado pelo Senhor à Igreja e à humanidade, para que nele tenhamos a cura dos nossos pecados e a vida em abundância! Por tudo isso, veneramos e respeitamos os nossos templos: eles são imagem do próprio corpo ressuscitado de Cristo, fonte do Espírito e lugar de encontro com o Pai. Por isso, todas as igrejas são dedicadas a Deus, como Cristo, que foi todo consagrado ao Pai.
Segundo - A Igreja é, primeiramente, a Comunidade: “Vós sois a construção de Deus. Acaso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós? O santuário de Deus é santo, e vós sois esse santuário!” Os nossos templos são chamados “igreja” porque são casas da Igreja, espaço sagrado no qual a Igreja-Comunidade se reúne num só Espírito Santo para, unida ao Filho Jesus, elevar o louvor de glória ao Pai, sobretudo na Eucaristia. Assim, celebrar a dedicação de uma igreja-templo é recordar que nós somos Igreja-Comunidade, Corpo de Cristo, templo verdadeiro de Deus, pleno do Espírito Santo. Santo Agostinho recordava: “A dedicação da casa de oração é festa da nossa comunidade. Mas, nós mesmos somos a Casa de Deus. Somos construídos neste mundo e seremos solenemente dedicados no fim dos tempos!” Nós – cada um de nós – somos pedras vivas, pedras vivificadas pelo Espírito, para formarmos um só edifício espiritual, isto é, um edifício no Espírito Santo. E este edifício é a Igreja, Corpo de Cristo e Templo do Espírito Santo. A Igreja somos nós, a Igreja é cada um de nós, chamados a assumir a nossa parte na edificação do Reino de Deus. Na Igreja, não somos espetadores; somos atores, somos participantes! Não nos omitamos, portanto; não recebamos a graça de Deus em vão! Tornamo-nos Igreja pelo Batismo, que nos fez membros do Corpo de Cristo e, em cada Eucaristia, vamo-nos tornando sempre mais corpo de Cristo, até sermos plenamente configurados com ele na glória. Então, não recebamos em vão tamanha graça!
Terceiro - A Basílica do Latrão é a Catedral da Igreja de Roma, a Catedral do Papa. Na sua entrada há uma inscrição: “Mãe de todas as igrejas da Cidade e do mundo”. Compreendamos! A Igreja de Roma (isto é, a Arquidiocese de Roma) é a Igreja de Pedro e de Paulo, é a Igreja que preside a todas as outras dioceses do mundo, é a mais venerável de todas as Igrejas da terra. Santo Inácio de Antioquia referia-se a ela, lá pelo ano 97, com indizível veneração. Numa carta que endereçou aos cristãos romanos, o santo Bispo de Antioquia escrevia: “À Igreja objeto de misericórdia na magnificência do Pai altíssimo e de Jesus Cristo seu único Filho, amada e iluminada na vontade daquele que conduz à realização todas as coisas que existem, segundo a fé e o amor de Jesus Cristo nosso Deus, à mesma que também preside na região dos romanos, digna de Deus, digna de honra, digna da máxima beatitude, digna de louvor, digna de sucesso, digna de pureza e colocada acima das demais na caridade, que possui a lei de Cristo e o nome do Pai”... O Papa, como Bispo de Roma, é cabeça do Colégio dos Bispos e sinal visível da unidade da Igreja na fé e na caridade. É por isso que hoje nos unimos à Igreja de Roma na festa da Dedicação, da consagração da sua Catedral, a basílica do Latrão. A Catedral de cada diocese é a Igreja do Bispo, sucessor dos Apóstolos. Quanto mais importante é a Catedral do Bispo de Roma, sucessor de Pedro! Por isso, ela é considerada a “Mãe de todas as Igrejas da Cidade e do mundo”. Assim sendo, a festa de hoje convida-nos também a rezar pela Igreja de Deus que está em Roma e pelo seu Bispo, Francisco. Convida-nos a estreitar os nossos laços com Roma e com o Papa, a retomar a nossa consciência do papel que ele tem como Vigário de Pedro, a quem Cristo confiou sua Igreja. Num mundo tão complexo, com tantas ideias, opiniões e modas, num cristianismo que vê surgir tantas seitas sem nenhum fundamento teológico, sem nenhuma seriedade, sem nenhum enraizamento na Tradição Apostólica, difundindo-se pela força do dinheiro e com a conivência dos meios de comunicação, ávidos de lucro, fazendo um terrível mal à fé dos simples e desavisados – num mundo assim, reafirmemos a nossa comunhão firme, profunda e convicta com a Igreja de Roma e o seu Bispo, a quem Cristo entregou de modo particular as chaves do Reino e deu a missão de confirmar na fé os irmãos. A comunhão com Roma é garantia de estarmos naquela comunhão que Cristo sonhou para a sua Igreja; é garantia de permanecer na fé apostólica, transmitida uma vez por todas, é garantia de não cair num tipo de cristianismo alheio àquilo que o Senhor Jesus pensou e estabeleceu.

Que a festa hodierna seja uma feliz ocasião para professar, na exultação e no louvor, a nossa fé católica, da qual nos ufanamos com humildade e na qual esperamos ser salvos. Amén."

Fonte : http://santuariodefatima.org.br/dedicacao-da-basilica-de-latrao-2.html

domingo, 2 de novembro de 2014

TODOS OS SANTOS


Neste fim de semana conjugaram-se duas celebrações que tocam profundamente o sentir do povo cristão. Por um lado, apesar de termos perdido o feriado de 1 de novembro, como este ano calhou num sábado, foi possível celebrar no próprio dia a festa de Todos os Santos, como fazíamos noutros tempos . Por outro lado, este ano o dia 2 de novembro  - dia dos Fiéis Defuntos - foi neste domingo o que permitiu que a romagem aos cemitérios tivesse mais autonomia e impacto do que quando calha durante a semana. 


Das leituras, do Dia de Todos os Santos, salta à vista que Deus chama à santidade todos e cada um de nós, mostrando-nos que em Jesus e só n'Ele isso é possível. E, se tivéssemos dúvidas, bastaria olhar para tantos dos santos que veneramos, porque até nós chegou o testemunho do que fizeram ao longo das suas vidas, e para aqueles que connosco convivem e são um exemplo vivo do que é viver em  e por Jesus Cristo, os santos dos nossos tempos.

"Caríssimos: Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamar filhos de Deus.E somo-lo de facto.Se o mundo não nos conhece,é porque não O conheceu a Ele. Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser.Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus,porque O veremos tal como Ele é.Todo aquele que tem n’Ele esta esperança purifica-se a si mesmo,para ser puro, como Ele é puro."
1 Jo 3, 1-3

Verdadeiramente somos chamados a viver nesta esperança de que um dia veremos Deus face a face, tal qual Ele é. E, par que tal aconteça, Jesus no evangelho aponta-nos o caminho: viver as bem aventuranças.


Senhor eu creio em Ti, na Igreja e nos seus Santos. Aumenta Senhor a minha fé.