domingo, 26 de outubro de 2014

 XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras de hoje reportam-nos ao tema da Aliança de Deus com o Seu povo. É todo um caminho feito ao longo de muitos anos, mas sempre com um denominador comum: o Amor de Deus pelo povo escolhido. 
O sacerdote hoje na Missa disse, entre outras coisas, algo que espero nunca esquecer. Há famílias onde o pai diz aos filhos:  na nossa família o único mandamento que existe é amarmos-nos uns aos outros como Deus nos amou. E comentou que tudo corria bem, pois todos os elementos da família se respeitavam e cumpriam os seus deveres e respirava-se amor por todos os lados. Continuando explicou, mas noutras famílias onde o pai disse exatamente o mesmo aos seus filhos, estes não o entenderam e tudo corria mal. Então o pai teve que usar mais mandamentos para se conseguir chegar àquele que era o único importante. Assim somos muitos de nós, pois precisamos de etapas intermédias para chegarmos ao principal. Não fazemos tudo bem logo à primeira.  Aconteceu também o mesmo com o povo judeu a quem Deus deu a lei de Moisés que tem 10 mandamentos e não os 613 da lei judaica criada pelos homens (juízes...).
Não sei se entendi tudo bem, mas uma coisa eu percebi - Deus ama-nos de todas as formas e os 10 mandamentos são um caminho para chegarmos ao único mandamento que verdadeiramente interessa: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.


"Naquele tempo, os fariseus, ouvindo dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus, reuniram-se em grupo, e um doutor da Lei perguntou a Jesus, para O experimentar: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». Jesus respondeu: «‘Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas»."
                                                                                                               Mt 22, 34-40

Senhor, eu te agradeço o Amor que tens por cada um de nós, teus filhos muito amados, em Jesus Cristo. Só em Ti, Senhor, é possível amar e ser amado!

domingo, 19 de outubro de 2014

XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM

Neste domingo, em que o Papa Paulo VI foi beatificado, nada melhor do que a homilia do Papa Francisco para nos ajudar a compreender a Palavra que Jesus nos dirige nas leituras de hoje.


"Naquele tempo,os fariseus reuniram-se para deliberar sobre a maneira de surpreender Jesus no que dissesse.Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos, juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem Te deixares influenciar por ninguém, pois não fazes acepção de pessoas. Diz-nos o teu parecer: É lícito ou não pagar tributo a César?».
Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu: «Porque Me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo».Eles apresentaram-Lhe um denário, e Jesus perguntou: «De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César».
Disse-lhes Jesus: «Então, daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus»."
Mt 22,15-21




Vejamos o que nos explica o Papa Francisco na homilia da beatificação do Papa Paulo VI e simultaneamente missa do encerramento do Sínodo extraordinário sobre a família (19 de outubro de 2014

"Acabámos de ouvir uma das frases mais célebres de todo o Evangelho: «Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus» (Mt 22, 21).
À provocação dos fariseus, que queriam, por assim dizer, fazer-Lhe o exame de religião e induzi-Lo em erro, Jesus responde com esta frase irónica e genial. É uma resposta útil que o Senhor dá a todos aqueles que sentem problemas de consciência, sobretudo quando estão em jogo as suas conveniências, as suas riquezas, o seu prestígio, o seu poder e a sua fama. E isto acontece em todos os tempos e desde sempre.
A acentuação de Jesus recai certamente sobre a segunda parte da frase: «E [dai] a Deus o que é de Deus». Isto significa reconhecer e professar – diante de qualquer tipo de poder – que só Deus é o Senhor do homem, e não há outro. Esta é a novidade perene que é preciso redescobrir cada dia, vencendo o temor que muitas vezes sentimos perante as surpresas de Deus.
Ele não tem medo das novidades! Por isso nos surpreende continuamente, abrindo-nos e levando-nos para caminhos inesperados. Ele renova-nos, isto é, faz-nos «novos» continuamente. Um cristão que vive o Evangelho é «a novidade de Deus» na Igreja e no mundo. E Deus ama tanto esta «novidade»!
«Dar a Deus o que é de Deus» significa abrir-se à sua vontade e dedicar-Lhe a nossa vida, cooperando para o seu Reino de misericórdia, amor e paz.
Aqui está a nossa verdadeira força, o fermento que faz levedar e o sal que dá sabor a todo o esforço humano contra o pessimismo predominante que o mundo nos propõe. Aqui está a nossa esperança, porque a esperança em Deus não é uma fuga da realidade, não é um álibi: é restituir diligentemente a Deus aquilo que Lhe pertence. É por isso que o cristão fixa o olhar na realidade futura, a realidade de Deus, para viver plenamente a existência – com os pés bem fincados na terra – e responder, com coragem, aos inúmeros desafios novos.
Vimo-lo, nestes dias, durante o Sínodo Extraordinário dos Bispos: «sínodo» significa «caminhar juntos». E, na realidade, pastores e leigos de todo o mundo trouxeram aqui a Roma a voz das suas Igrejas particulares para ajudar as famílias de hoje a caminharem pela estrada do Evangelho, com o olhar fixo em Jesus. Foi uma grande experiência, na qual vivemos a sinodalidade e acolegialidade e sentimos a força do Espírito Santo que sempre guia e renova a Igreja, chamada sem demora a cuidar das feridas que sangram e a reacender a esperança para tantas pessoas sem esperança.
Pelo dom deste Sínodo e pelo espírito construtivo concedido a todos, – com o apóstolo Paulo – «damos continuamente graças a Deus por todos vós, recordando-vos sem cessar nas nossas orações» (1 Tes 1, 2). E o Espírito Santo, que nos concedeu, nestes dias laboriosos, trabalhar generosamente com verdadeira liberdade e humilde criatividade, continue a acompanhar o caminho que nos prepara, nas Igrejas de toda a terra, para o Sínodo Ordinário dos Bispos no próximo Outubro de 2015. Semeámos e continuaremos a semear, com paciência e perseverança, na certeza de que é o Senhor que faz crescer tudo o que semeámos (cf. 1 Cor 3, 6).
Neste dia da beatificação do Papa Paulo VI, voltam-me à mente estas palavras com que ele instituiu o Sínodo dos Bispos: «Ao perscrutar atentamente os sinais dos tempos, procuramos adaptar os métodos (...) às múltiplas necessidades dos nossos dias e às novas características da sociedade» (Carta ap. Motu próprio Apostolica sollicitudo).
A respeito deste grande Papa, deste cristão corajoso, deste apóstolo incansável, diante de Deus hoje só podemos dizer uma palavra tão simples como sincera e importante: Obrigado! Obrigado, nosso querido e amado Papa Paulo VI! Obrigado pelo teu humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja!
No seu diário pessoal, depois do encerramento da Assembleia Conciliar, o grande timoneiro do Concílio deixou anotado: «Talvez o Senhor me tenha chamado e me mantenha neste serviço não tanto por qualquer aptidão que eu possua ou para que eu governe e salve a Igreja das suas dificuldades actuais, mas para que eu sofra algo pela Igreja e fique claro que Ele, e mais ninguém, a guia e salva» (P. Macchi, Paolo VI nella sua parola, Brescia 2001, pp. 120-121). Nesta humildade, resplandece a grandeza do Beato Paulo VI, que soube, quando se perfilava uma sociedade secularizada e hostil, reger com clarividente sabedoria – e às vezes em solidão – o timão da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor.
Verdadeiramente Paulo VI soube «dar a Deus o que é de Deus», dedicando toda a sua vida a este «dever sacro, solene e gravíssimo: continuar no tempo e dilatar sobre a terra a missão de Cristo» (Homilia no Rito da sua Coroação, Insegnamenti, I, (1963), 26), amando a Igreja e guiando-a para ser «ao mesmo tempo mãe amorosa de todos os homens e medianeira de salvação» (Carta enc. Ecclesiam suam, prólogo)."


Senhor, eu te louvo e bendigo por todas as graças que tenho recebido de Ti. Só Tu és o meu Deus.

sábado, 11 de outubro de 2014

XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM


E depois da Palavra nos ter chegado através da imagem da Vinha, hoje é-nos transmitida recorrendo à  simbologia do banquete. O Senhor, sempre atento às necessidades do seu povo, prepara e oferece-lhes o melhor que há, num banquete sem igual. E abre o banquete a todos,não deixa ninguém de fora, o convite é para chegar à humanidade inteira. 
No evangelho deste domingo, a mensagem transpõe-nos, quase automaticamente, para o que nos foi dito por Jesus no domingo passado. Na verdade, Deus continua a fazer o convite a todos para fazerem parte do Seu reino ,sem excluir ninguém, mas, a partir do momento em que se aceita a chamada, a adesão tem de ser sincera e de coração, na totalidade do nosso ser.


Na liturgia  de hoje a 1ª e a 2ª leituras parece que estão em ligação uma com a outra. Isaías apresenta-nos um Deus que prepara um banquete, com manjares suculentos, para todos os povos e termina com um hino de louvor ao amor de Deus que nos salvou. S. Paulo, por sua vez, fala-nos da confiança que tem em Deus e conclui a louvar e dar Glória ao nosso Deus, porque n'Ele tudo pode. Isto sim é viver completamente entregue a Deus. Quanta fé testemunham estas palavras:

"Irmãos: Sei viver na pobreza e sei viver na abundância. Em todo o tempo e em todas as circunstâncias, tenho aprendido a ter fartura e a passar fome, a viver desafogadamente e a padecer necessidade. Tudo posso n’Aquele que me conforta. No entanto, fizestes bem em tomar parte na minha aflição. O meu Deus proverá com abundância a todas as vossas necessidades, segundo a sua riqueza e magnificência, em Cristo Jesus. Glória a Deus, nosso Pai, pelos séculos dos séculos. Amen."

Filip 4, 12-14.19-20



Glória a Ti Senhor, porque nos sustentas e sustens em cada momento da nossa vida. Bendito e louvado sejas hoje e sempre, pelos séculos sem fim.

sábado, 4 de outubro de 2014

XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM


Neste vigésimo sétimo domingo do tempo comum as leituras continuam com o tema da vinha do Senhor. Esta vinha como diz na primeira leitura é o o povo do Senhor,o povo de Israel que rejeitou o Amor e o carinho que Deus lhe deu. Deus esperava do povo escolhido frutos de direito e de justiça, mas tal não aconteceu. 


E na 2ª leitura S.Paulo apresenta-nos quais são os comportamentos que o Senhor espera de nós:

"Irmãos: Não vos inquieteis com coisa alguma. Mas, em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e ações de graças. E a paz de Deus, que está acima de toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Quanto ao resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro e nobre, tudo o que é justo e puro, tudo o que é amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor é o que deveis ter no pensamento. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e vistes em mim é o que deveis praticar. E o Deus da paz estará convosco."
Filip 4, 6-9

E porque Deus ama o Seu povo não destrói a vinha, mas substitui os trabalhadores que se apoderaram dos seus enviados e mataram o Seu próprio Filho, por outros que acolham Jesus e o sigam. Estes serão agora o Seu povo muito amado. E todos podemos fazer parte desse povo. É só fazermos como S.Paulo nos recomenda na 2ª leitura.


Eu te louvo Senhor, porque não destruíste a Tua vinha, mas permitiste que todos nela possamos trabalhar, que todos possamos fazer parte do Teu novo povo. Glória a Ti, Senhor.