quarta-feira, 26 de junho de 2013

Dar a vida por Jesus



Mas o que significa “perder a vida por causa de Jesus”? 
Isso pode acontecer de dois modos: explicitamente confessando a fé ou implicitamente defendendo a verdade. Os mártires são exemplos máximos do perder a vida por Cristo. Em dois mil anos há uma série imensa de homens e mulheres que sacrificaram a vida para permanecerem fiéis a Jesus Cristo e ao seu Evangelho. E hoje, em tantas partes do mundo, há tantos, tantos, – mais que nos primeiros séculos – tantos mártires que dão a própria vida por Cristo, que são levados à morte para não renegar Jesus Cristo. Esta é a nossa Igreja. Hoje temos mais mártires que nos primeiros séculos! 
Mas há também o martírio quotidiano, que não comporta a morte, mas também esse é um “perder a vida” por Cristo, cumprindo o próprio dever com amor, segundo a lógica de Jesus, a lógica da doação, do sacrifício. Pensemos: quantos pais e mães todos os dias colocam em prática a sua fé oferecendo concretamente a própria vida pelo bem da família! Pensemos nisto! Quantos sacerdotes, frades, irmãs desenvolvem com generosidade o seu serviço pelo reino de Deus! Quantos jovens renunciam aos próprios interesses para se dedicar às crianças, aos deficientes, aos idosos… Também esses são mártires! Mártires quotidianos, mártires do dia-a-dia!

E depois há tantas pessoas, cristãos e não cristãos, que “perdem a própria vida” pela verdade. E Cristo disse “eu sou a verdade”, então quem serve a verdade serve a Jesus.


Uma dessas pessoas, que deu a vida pela verdade, é João Batista: propriamente amanhã, 24 de junho, é a sua grande festa, a solenidade do seu nascimento. João foi escolhido por Deus para preparar o caminho diante de Jesus, e  indicou-o ao povo de Israel como o Messias, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (cfr Jo 1, 29). João consagrou-se todo a Deus e ao seu enviado, Jesus. Mas, no final, o que aconteceu? Foi morto por causa da verdade, quando denunciou o adultério do rei Herodes e de Herodíades.
Quantas pessoas pagam por preço caro o compromisso pela verdade! Quantos homens justos preferem ir contracorrente, de modo a não renegar a voz da consciência, a voz da verdade! Pessoas justas, que não têm medo de ir contracorrente! E nós, não devemos ter medo! ...Devemos ir contracorrente! 


 Queridos amigos, acolhamos com alegria esta palavra de Jesus. É uma regra de vida oferecida a todos. E São João Batista  ajuda-nos a colocá-la em prática.

Neste caminho nos precede, como sempre, a nossa Mãe, Maria Santíssima: ela perdeu a sua vida por Jesus, até a Cruz, e recebeu-a em plenitude, com toda a luz e a beleza da Ressurreição. Maria nos ajude a fazer sempre mais nossa a lógica do Evangelho.

Papa Francisco, extrato do Angelus de 23/06/2013

domingo, 16 de junho de 2013

São-lhe perdoados os muitos pecados, porque muito amou.


E voltando-se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; ela, porém, banhou-me os pés com as suas lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos. Não me deste um ósculo; mas ela, desde que entrou, não deixou de beijar-me os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, e ela ungiu-me os pés com perfume. Por isso, digo-te que lhe são perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas àquele a quem pouco se perdoa pouco ama.»
Depois, disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados.»
Começaram, então, os convivas a dizer entre si: «Quem é este que até perdoa os pecados?»
E Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz.»
                                                                                                                                      Lc 7,36-50.8,1-3. 


Deus detesta o pecado,  mas ama o pecador infinitamente, de tal modo que entregou a Sua Vida por cada um de nós. 
E é este o caminho, primeiro reconhecermos  que somos pecadores e depois entregarmo-nos de coração arrependido a este Deus "loucamente" enamorado de  cada um de nós, tal qual somos, capazes do melhor, mas também do pior.
É a certeza de que a quem muito é perdoado, Deus muito ama, que me consola e faz com que eu acredite, cada vez mais, neste imenso Amor de Deus por cada ser por Ele criado e, por isso também por mim.

Obrigada Senhor por amares o pecador!
Obrigada Senhor por estares sempre pronto a dar a mão ao que reconhece o seu pecado e te pede perdão, de coração arrependido.
Meus Deus obrigada, por sou pecadora e sou assim amada por Ti. Que eu nunca duvide deste Teus Amor,sem fim, pelos pecadores.

domingo, 9 de junho de 2013

Jesus compadeceu-se



Neste X Domingo do Tempo Comum, tive mais facilidade em escolher o que mais me marcou nas leituras de hoje. Depois de as escutar ecoou no meu coração com mais força este versículo do Evangelho:
 "Vendo-a, o Senhor compadeceu-se dela e disse-lhe: «Não chores.» Aproximando-se, tocou no caixão, e os que o transportavam pararam. Disse então: «Jovem, Eu te ordeno: Levanta-te!»"                                                       Lc 7,13-14

Realmente este é o Deus que mexe comigo, me faz mudar e desinstalar das comodidades e rotinas de cada dia. Porquê? Porque é Deus e se comove com o sofrimento do homem, neste caso de uma viúva. O Senhor nunca fica indiferente ao sofrimento humano, seja de quem for. E depois age, transforma, anima, dá vida. Sim só Ele pode dar Vida, porque é A Vida. 
É este o meu Deus, Aquele que em mim conforta o outro que ao nosso lado está desanimado e triste. E fá-lo através de cada um de nós, que n'Ele acredita, mesmo quando não nos apercebemos que é Ele a agir.

Senhor que eu nunca deixe de acreditar em Ti, assim, Amor imenso que nunca se esgota e está sempre pronto para se derramar sobre cada um de nós que Te procura, Te deseja no mais íntimo de si mesmo.

Eu creio em Ti Senhor,  mas aumenta a minha fé.

domingo, 2 de junho de 2013

Solenidade do Corpo de Deus

Hoje, logo a seguir à Solenidade da Santíssima Trindade, a Igreja  festeja "Corpus Christi". É a festa do Amor revelado por Jesus que, em cada Eucaristia em que participamos, se torna realmente presente sobre o altar. 
E, depois de o comungarmos, somos portadores deste tesouro que continua, através de nós a revelar o Amor a cada um daqueles com quem nos encontramos no dia a dia das nossas vidas. Amor sempre presente, vivo e vivificante. É este o Senhor que hoje festejamos de uma forma mais solene, o Deus Amor por nós entregue e para nós memória viva, sempre presente, do quanto Deus ama cada um dos seus filhos, que habitam este Seu mundo.



Comentário do dia
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Sermão 272

Sede o que vedes, e recebei o que sois



O que vedes no altar de Deus é o pão e o cálice: eis o que os olhos identificam. Mas a vossa fé quer ser instruída e saber que este pão é o corpo de Cristo, e que este cálice é o seu sangue, o que se verbaliza numa fórmula breve, que poderá bastar à fé. Mas a fé procura instruir-se. [...] Como pode este pão ser o seu corpo, e este cálice, ou melhor, o seu conteúdo, ser o seu sangue?
Irmãos, é isto que se designa por sacramentos: eles mostram uma realidade e, a partir dela, fazem-nos compreender outra realidade. O que vemos é uma aparência corporal, mas o que compreendemos é um fruto espiritual. Se quereis compreender o que é o corpo de Cristo, escutai o Apóstolo, que diz aos fiéis: «Vós sois o corpo de Cristo e cada um, pela sua parte, é um membro» (1Co 12,27). Logo, se sois corpo de Cristo e um dos seus membros, é o vosso mistério que está sobre a mesa do Senhor, e é o vosso mistério que recebeis. A isto que sois, respondeis: «Ámen», e com tal resposta o subscreveis. Dizem-vos: «Corpo de Cristo», e vós respondeis: «Ámen». Sede portanto membros do Corpo de Cristo, para que este ámen seja verídico.

Por conseguinte, porque está o corpo no pão? Também aqui, nada digamos sobre nós próprios, mas escutemos o Apóstolo que, ao falar deste sacramento, nos diz: «Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão» (1Co 10,17). Se compreenderdes estas palavras, estareis na alegria: unidade, verdade, piedade, caridade! «Um só pão»: Quem é este pão único? «Um só corpo, nós que somos uma multidão.» Lembrai-vos de que não se faz pão com um grão apenas, mas com muitos. Sede o que vedes, e recebei o que sois. 

Obrigada Senhor por este Sacramento da Eucaristia que nos deixaste para nos alimentarmos de Ti e te levarmos a todos os cantos do mundo, onde quer que estejamos. Bendito e Louvada sejas, meu Senhor e meu Deus.